[ATENÇÃO: Pode conter spoilers de A Herdeira e dos livros anteriores. Leia com cuidado.]
Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, a filha mais velha do casal. Criada para ser uma líder forte e independente, ela nunca quis viver um conto de fadas como o de seus pais.
Por isso, antes de conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, a jovem está totalmente descrente. Mas, assim que a competição começa, a situação muda de figura, e Eadlyn percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto imaginava.
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Oi oi amiras, como estão? Sejam bem vindas a mais uma resenha da série A Seleção, de Kiera Cass. Já visitamos Illéa ao acompanhar a história de America Singer e sua inicial aversão à ideia de se tornar princesa. Você pode acompanhar essa saga nas resenhas já feitas (A Seleção, A Elite e A Escolha), e eu até recomendo que faça isso antes de entrarmos na cabeça de Eadlyn Schreave, a filha de America, nesta resenha de A Herdeira.
Vinte anos se passam entre o casamento de America e Maxon no fim de A Escolha e o início de A Herdeira. Nesse meio tempo, muita coisa aconteceu. Além do casal ter assumido imediatamente o trono, eles trabalharam duro para remover o sistema de castas de Illéa, dando ao povo a liberdade de escolher como viver sua vida. Já no âmbito pessoal, o casal foi abençoado com quatro filhos: os gêmeos Eadlyn e Ahren, além dos dois mais novos Kaden e Osten. Eadlyn nasceu antes de Ahren, fazendo dela a primogênita e, depois de uma canetada dos pais, a herdeira ao trono.
A princesa sempre tem tudo aos seus pés e está sempre tentando se reafirmar como futura governante do país. É dedicada e inteligente, mesmo que muitas vezes se mostre mimada e arrogante. Essas duas características se provam ainda mais problemáticas quando o rei Maxon propõe que a filha participe de sua própria Seleção, a primeira comandada por uma mulher.
Eadlyn tem motivos para não concordar com o pai. Primeiro, foi prometido a ela que ela nunca precisaria se casar para assumir o trono ou por conexões políticas - antes de haver uma princesa primogênita em Illéa, as princesas eram submetidas a casamentos arranjados para estabelecer alianças. Segundo, a ideia da competição acontece pelos motivos errados: mesmo que o sistema de castas tenha acabado, as marcas dele seguem por aí, com pessoas ainda sendo julgadas pelo número que seus pais costumavam carregar. A ideia de Maxon é mais uma distração para o povo enquanto ele, America e os conselheiros bolam um plano para resolver esta questão. E terceiro, e mais importante: EADLYN NÃO QUER UM MARIDO.
A herdeira acaba concordando com o pai, mas estabelece suas condições e começa a planejar formas de afastar os rapazes. O sorteio para ela é uma tortura, e o fato de que todos à sua volta estão extremamente animados com a Seleção também a incomoda. E mesmo que os garotos a causem repulsa de início, ela vai aprendendo a lidar com eles e começa a ter favoritos... Incluindo Henri, um recém-chegado em Illéa; Hale, um rapaz encantador com olho para moda; Ean, um jovem que a promete um casamento adequado sem que ela se sinta presa a alguém; e Kile, o filho de Marlee, a melhor amiga da rainha America.
Lembro de quando pus minhas mãos no livro pela primeira vez, e de como as pessoas estavam bem menos do que encantadas por Eadlyn. A princesa é bem diferente de sua mãe, e sua narrativa com certeza não seria igual. Quando li pela primeira vez, me identifiquei bastante com Eadlyn por termos a mesma idade e sofrermos muitas cobranças. Claro que não era a mesma coisa, afinal ela é uma PRINCESA HERDEIRA e eu era apenas uma universitária. Mas eu conseguia ver além da princesa mimada que Eadlyn se mostrava na maioria das vezes. A relação dela com seus pais, irmãos e o resto da família (falo tanto da tia May quanto dos tios emprestados Marlee, Carter, Lucy e Aspen) mostra que a garota é apenas um tanto imatura para lidar com a ideia de ser rainha um dia, mas felizmente ela está cercada de gente que pode a colocar no caminho certo.
Essa continuação recebe um 3/5. É um bom livro e nos envolve com a trilogia original, mas acho que tem uma vibe introdutória que não é bem o que a gente espera de um quarto livro de uma série de cinco. Acredito que Eadlyn poderia ter ganhado sua própria trilogia, meio parecido com o que Rick Riordan fez com Percy Jackson e os Olimpianos e a série relacionada, Heróis do Olimpo. Faria mais sentido se a divisão fosse feita dessa forma.
Infomação importante: a resenha de A Coroa, o sucessor de A Herdeira e livro final da série, foi feita em 2016, logo depois de seu lançamento. Venha dar uma olhada!
FICHA TÉCNICA
Título: A Herdeira
Autora: Kiera Cass
Ano de publicação (BRASIL): 2015
Editora: Seguinte
Páginas: 392
Tradução: Cristian Clemente
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