Review - A Coroa (A Seleção #5), de Kiera Cass

[AVISO: Este post pode conter spoilers sobre A Coroa e os livros anteriores. Leia com cuidado.]

    Em A Herdeira, o universo de A Seleção entrou em uma nova era. Vinte anos se passaram desde que America Singer e o príncipe Maxon se apaixonaram, e a filha do casal é a primeira princesa a passar por sua própria Seleção.

    Eadlyn não acreditava que encontraria um companheiro entre os trinta e cinco pretendentes do concurso, muito menos o amor verdadeiro. Mas às vezes o coração prega peças... E agora Eadlyn precisa fazer uma escolha muito mais difícil - e importante - do que esperava.

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    Chegou o tão esperado - e temido - fim da série A Seleção. Esperado porque, dã, todo mundo aguarda o fim de uma série. E temido porque há aquele medo de o autor fazer uma cagada monumental logo no último livro. Graças a Deus pudemos confiar em Kiera Cass. Deu tudo certo. Inclusive acho que ela poderia facilmente dar uma palestra de "Como finalizar bem uma série que você já tinha finalizado antes mas resolveu voltar atrás", ou, na versão curta, "Como manter um padrão de qualidade em uma série". Sim, Rick Riordan, essa indireta foi pra você.

    Depois de 3 livros acompanhando America Singer, somos apresentados à princesa Eadlyn Schreave em A Herdeira. Não foram todos os fãs que curtiram a mudança de narradora-protagonista, mas foi interessante ter contato com alguém tão diferente de America e ver sua evolução ao longo da trama. Em A Coroa, Eady (como é chamada pelos familiares) ganha de vez o coração dos leitores se mostrando mais madura e compreensiva e menos mimada e esnobe. As circunstâncias que a levam a esse amadurecimento, no entanto, não são nada legais: a mãe encontra-se em estado grave de saúde e o pai, apaixonado, prefere ficar ao lado da esposa. Logo nossa herdeira se vê como regente e parece impossível conciliar a vida de rainha, irmã mais velha e futura noiva.

   Sem dúvida agora temos um pouco mais de intimidade com os relacionamentos da princesa e seus candidatos a consorte. Ela parece confusa, ainda mais levando-se em conta de que a Seleção foi iniciada sobre sua vontade, mas para de resistir à criação de laços com Kile, Hale, Ean, Henri e Fox - e até com Eikko, que nem chega a ser um competidor. E se engana quem acha que o círculo de amizades de Eadlyn se resume aos rapazes da Seleção: com as mudanças em sua rotina, ela também acaba por ficar ainda mais próxima dos irmãos e outros moradores e trabalhadores do palácio. Alguns personagens da primeira fase da série reaparecem, seja pela presença ou por citação, e mesmo não parecendo, são cruciais para o desenrolar da história.

    Devo dizer que Eadlyn me surpreendeu bastante. Assim como grande parte dos fãs, não pus muita fé nela assim que comecei sua fase da série, mas sua evolução foi tão boa quanto - talvez até melhor que - a de America. E o mais interessante de tudo é que Kiera conseguiu construir tudo isso sem nos privar de acompanhar a vida dos personagens da primeira fase que tanto amamos: o tempo todo vemos America, Maxon, Marlee e Aspen. Acompanhamos suas ações, vemos o impacto que cada um deles tem sobre a continuidade da história - e sobre a vida de Eadlyn. Acho que foi uma continuação bem construída e bem aproveitada. Um fim merecido que conseguiu fechar não só o ciclo de Maxon e America, mas também o de sua filha.

    Minha nota? 5. Não consigo imaginar um fim melhor para uma série tão maravilhosa.

FICHA TÉCNICA

Título: A Coroa

Autora: Kiera Cass

Ano de publicação (BRASIL): 2016

Editora: Seguinte

Páginas: 312

Tradução: Cristian Clemente