[ATENÇÃO: este post pode conter spoilers de A Seleção. Leia com cuidado.]
Nem todas as garotas querem ser princesas. America Singer, por exemplo, tem uma vida perfeitamente razoável, e se pudesse mudar alguma coisa nela desejaria apenas ter um pouquinho mais de dinheiro e poder revelar seu namoro secreto.
Um dia, America topa se inscrever na Seleção só para agradar a mãe, certa de que não será sorteada para participar da competição em que o príncipe escolherá sua futura esposa. Mas é claro que seu nome aparece na lista das Selecionadas, e depois disso sua vida nunca mais será a mesma...
***
Oi oi, amiras! Sejam todos muito bem vindos ao primeiro post de 2019! Já começo o ano trazendo pra vocês aquela que será a primeira de muitas resenhas literárias que esse ano nos reserva: falamos de A Seleção, de Kiera Cass, primeiro livro da série homônima.
Como se não bastassem os problemas por não pertencer a uma casta privilegiada (os Cinco estão a apenas 3 degraus do fundo do poço, a casta Oito), America ainda precisa manter em segredo seu relacionamento com Aspen Leger. Não porque sua família não aprove o rapaz - inclusive os Leger e os Singer são bem próximos - mas porque ele é um Seis, a casta de faxineiros, secretários, motoristas e outros trabalhadores internos. Casar-se com ele significaria um rebaixamento de casta, o que para ela não seria problema algum, mas representaria um grande inconveniente para sua mãe.
Quando a oportunidade da Seleção surge, America recebe pressão de todos os lados para participar. Trata-se de um concurso que acontece sempre que um príncipe herdeiro atinge a maioridade, no qual uma jovem de cada província de Illéa entre 16 e 20 anos é selecionada e apresentada ao palácio para uma chance de conquistar o coração do príncipe, tornar-se princesa e elevar toda sua família à casta Um. Ela não queria nem se inscrever, mas acabou preenchendo o formulário por insistência da mãe e de - shocker - Aspen. E mesmo certa de que não seria escolhida, ela aparece entre uma das 35.
Com uma vida nova pela frente, incluindo uma nova casta e novos arredores, America precisa lidar com a dor por perder Aspen (que terminou com ela pouco antes do resultado), as provocações de grande parte de suas concorrentes e o encontro com o príncipe Maxon, que se revela um rapaz gentil e bondoso, o extremo oposto do que ela havia imaginado. Entre ataques rebeldes e refeições luxuosas, a jovem música começa a cogitar a vida de princesa como uma opção, mesmo que no fundo não se sinta digna do cargo e não tenha certeza se poderá dar uma chance a Maxon.
Apesar de ser essencialmente uma história de romance, A Seleção também faz algumas críticas a governos autoritários e sociedades opressoras. O sistema de castas, que é um dos destaques de toda a narrativa - desse e dos próximos 4 livros também - é constantemente desafiado por diversos personagens: o irmão mais novo de America, Gerad, é apaixonado por esportes e ciência, mas impedido de seguir essas carreiras por ser Cinco - esportistas são Dois e cientistas, Três. O próprio príncipe Maxon é um ótimo fotógrafo e, caso não fosse da família real, seria Cinco. A forma como as diferentes selecionadas tratam umas às outras levando em conta suas castas também é mostrada.
Não é o meu livro favorito da série (ou da trilogia original, como gosto de chamar), mas gosto bastante dele e acho que Kiera fez um excelente trabalho ao escrevê-lo, já que é um dos poucos livros iniciais de séries que não me dá aquela sensação de ser apenas um capítulo introdutório para a história que começa de verdade no livro dois. Sólido 4/5.
FICHA TÉCNICA
Título: A Seleção
Autora: Kiera Cass
Ano de publicação (BRASIL): 2012
Editora: Seguinte
Páginas: 360
Tradução: Cristian Clemente
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dê sua opinião!