11.9.18

Vintedois.


    Este não é um texto de agradecimento.

    Este não é um texto comemorativo.

    Nasci há 22 anos. Ainda é pouca idade, eu sei, mas as coisas não estão fáceis pra mim. Já não são há algum tempo, na verdade.

    Eu, que cresci uma menina cheia de sonhos, com feitos maiores do que poderia imaginar, me vejo presa. Não consigo ser eu mesma na minha própria casa. As pessoas que tecnicamente deveriam me apoiar mais parecem querer me sufocar. E eu não posso reclamar, pois apesar de não conseguir expressar em palavras minha gratidão por tudo que fizeram pelos últimos anos POR MIM, ganho fama de egoísta e ingrata. Só porque quero viver a minha vida.

    Os últimos 22 anos foram, ao meu ver, a fase demo. A fase onde eu só obedecia e ficava calada, que eu me suprimia pra não chatear minha família. Mas sabe o que acontece quando você enche um balde com mais água do que ele tem capacidade para segurar? Ele transborda. O balão, se preenchido com mais ar do que cabe dentro dele, estoura. E é assim que me vejo hoje: estourando.

    Mas explosões nem sempre indicam o fim, não é? Tem toda a história do Big Bang, uma explosão que deu início a tudo que conhecemos. Resolvi que esse meu vigésimo segundo aniversário vai ser o MEU Big Bang. Eu vou correr atrás dos meus sonhos e parar de me importar com a opinião deles. Não posso continuar me sentindo inútil ou destinada ao fracasso quando na verdade eu só não quero usar minhas utilidades para o fim que esperam que eu use. Eu tenho energia e vontade de fazer coisas diferentes. Não posso acabar comigo mesma, ainda mais por gente que não se importa, sabe?

    Eu vou sair. Vou me libertar. Vou viver minha vida antes que me veja presa em algum emprego regular aleatório no qual só me mantenho pra pagar as contas. Eu quero me sentir jovem pelo menos uma vez na vida e acho que a hora é agora.

    E que venham os 23.

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