Semana passada, no dia 15 de janeiro, Brian McCook - artista que dá vida à drag queen Katya Zamolodchikova - anunciou que tiraria férias para cuidar de si. "Sou em primeiro lugar um estudante, em segundo um artista e em terceiro, drag queen. E minha saúde é minha prioridade", disse em live no Instagram. Fãs começaram a enviar mensagens de apoio, seus shows como Katya foram adiados para o ano que vem e as contas de redes sociais "desativadas" (ainda é possível seguir Katya, mas não teremos atualizações dela por um tempinho).
Tudo isso me fez pensar em como estamos tratando nossos ídolos. Pessoas que começamos a admirar por algum motivo e que elevamos a um nível quase comparado ao de deuses, esquecendo que são gente como a gente. Também tem família, amigos. Tem sentimentos, tem alegrias e tristezas. Se cansam, sentem vontade de ficar a sós. Alguns, como Brian, também tem seus vícios. Mas fãs nem sempre se lembram disso.
Uma coisa que eu sempre achei incrível de Brian/Katya foi que eles sempre foram muito abertos com os fãs, levando o termo "inspirador" a um novo nível. E quando eu digo de ser aberto com os fãs, não estou falando de explanar toda a vida pessoal não, falo de ter conversas sobre temas mais sérios e de forma bem esclarecedora. Claro, a Katya é bem divertida, mas sabe ser séria também. E é isso que eu acho legal.
O ponto todo desse textão nem é falar que a Katya isso ou a Katya aquilo, que o Brian faz isso ou aquilo. O ponto é: quantas vezes a gente esquece que o nosso ídolo - ou qualquer pessoa pública - é, no fundo, UMA PESSOA? Se ele aparece online, corremos pra tentar conquistar sua atenção. Se a vemos na rua, queremos tirar fotos e quem sabe conseguir um autógrafo. Esquecemos que eles tem vidas como as nossas e que, assim como nós, precisam de um tempo pra si. Nem contei essa história aqui no blog - pelo menos não em detalhes -, mas no fim do ano passado eu QUASE conheci o Brian. Não me aproximei porque sei que ele tem ansiedade e eu não queria estragar o que parecia um dia tranquilo de passeio. Imagino quantos fãs não devem tê-lo parado naquele dia. Claro, todo mundo que o conhece me garantiu, se eu tivesse me aproximado também, não seria mal tratada, mas quem garante que não teria gerado algum desconforto?
Temos que saber reconhecer os erros dos nossos ídolos tanto quanto reconhecemos os acertos, ficar de olho se esse reconhecimento vai vir da parte deles também - afinal, pra mim uma das melhores características do ser humano é olhar para o passado, perceber que errou e fazer o que puder para se acertar. Não pensar neles como seres superiores, mas sim como amigos. Amigos que vamos defender de injustiças, comemorar cada conquista, oferecer apoio nos momentos difíceis e também dar uns puxões de orelha quando vacilam. Por que não?
Dedico essa "carta" a todo mundo que, assim como eu, é um fã, seja do artista que for. Com ela, quero simplesmente sugerir que paremos de colocar as pessoas em um pedestal. Não que elas não mereçam, mas sim pra que voltemos a perceber o quão humanas elas são. É óbvio que é um pouco difícil não ficar nervoso na frente de uma pessoa que você admira (sei do que falo, pois mal consegui falar nada além de I love you pra Adore em outubro), mas pode ser um pouco desconfortável essa situação. E temos que ter em mente que apoio tem que ser mais que apenas uns tweets com palavras bonitas e clichês do arco da velha. O importante é mostrar o quanto você os admira e torce para que dê tudo certo, porém que também se preocupa com quem eles são e quem estão se tornando.
Não precisa deixar de ser fã ou ter vergonha disso. Como eu já disse, é bem comum você agir dessa forma com um ídolo. O que a gente tem que começar a praticar é isso de ver pessoas como elas são - pessoas. E saber que, mesmo tendo um talento a oferecer e sendo reconhecidas por isso, elas não tem obrigação de nada e merecem ser felizes como nós. Support your idols. Ou, simplesmente, SEJA GENTIL.
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