18.8.18

Aulão de Dorama – TAKEOVER da Beh



    Oi, Lunáticas e Lunáticos (melhor fandom), meu nome é Brena e eu sou uma das convidadas de Lu para assumir o blog durante esse mês de takeovers. Seguindo o modelo de Gabu em seu primeiro post, vou me apresentar (bem estilo grupo de facebook em 2013): sou feminista, estou no décimo semestre do curso de Psicologia, trabalho numa lojinha de produtos nerd e nas horas vagas sou cosplayer (@pokebehcosplay), otaku, kpoper e dorameira.
    Surpreendentemente, só tem uns 4 anos que esses passatempos proporcionados pela Ásia fazem parte de minha vida, então sou bem iniciante no assunto. Vim hoje compartilhar com vocês um pouco do meu amor do momento: doramas, que nada mais são do que séries/dramas asiáticos (coreanas, japonesas, tailandesas, chinesas, etc).
    Minha experiência se resume aos japoneses (maior familiaridade com o idioma por causa dos animes) e coreanos (minha paixão por kpop influencia bastante), e, dela eu tirei algumas coisas básicas que vocês precisam saber.

1- Gêneros

    As pessoas normalmente têm uma opinião formada sobre doramas. Geralmente quem se interessa por cultura asiática já tentou ver algum e acabou formando uma opinião sem dar uma nova chance, e o motivo é quase sempre o mesmo: “é muito meloso, romântico demais pro meu gosto”. Bom, mal sabem essas pessoas que, apesar de realmente ter a intenção de mostrar uma história de amor, doramas podem tratar de vários assuntos e apresentar diversos gêneros. Desde romance colegial e comédia romântica (clichezão), até ação, suspense, fantasia, a boa e velha novela das 18hs: tema de época, etc.
2 - Cultura

    Minha lista de doramas incluem mais obras coreanas. Meu encanto pelos doramas japoneses foi se perdendo por causa da extrema tradicionalidade apresentada. Tenho amigos se aventuram pelos chineses e dizem gostar muito da forma como os personagens secundários são melhor explorados. Quanto à Tailândia, é onde mais temos doramas voltados para o público LGBT – e, sim, minha gente, com BEIJO e cenas de sexo – caso vocês tenham o mínimo de conhecimento sobre cultura asiática, devem ter noção de que são países muito tradicionais, onde machismo e homofobia são extremamente presentes. Mas, voltando nossa atenção para os k-dramas: existem sim os que vão mostrar uma história de amor clichê, mas é possível encontrar aqueles que vão abordar a vida real na Coreia, com todas as limitações que a cultura impõe e com todos os avanços que o alto desenvolvimento proporciona. Então é uma boa chance de notar como as coisas funcionam do lado de lá.
3 - Atuação

    Muita gente critica também a atuação dos asiáticos. Essas pessoas talvez estejam acostumadas com alguns filmes que se tornaram famosos em que tudo parece muito robotizado e as coisas fazem pouco sentido. Apenas parem. Conforme conhecemos novas séries, compreendemos que a forma dos personagens se comportar é um reflexo cultural e nos acostumamos com expressões diferentes das nossas. Quanto mais assistimos, mais enxergamos o bom trabalho que fazem. Claro que nós, que estamos acostumados com aqueles beijos desentupidores de pia, vamos estranhar bastante a maioria dessas cenas. Vamos passar muita raiva também com algumas diferenças drásticas entre mulheres e homens, mas vamos morrer de amores também com algumas fofuras que só encontramos em doramas.
4- Clichês

    Finalmente, uma coisa que vocês precisam saber são os clichês, que vão acontecer na maioria dos doramas, nas interações entre os casais. Os que mais me fazem passar raiva são as protagonistas sonsas. A Ásia parece adorar uma guria que vai ser diferentona das outras gurias sendo forte e determinada, mas que, NA VERDADE, se torna uma bobona quando se trata de amor. Algumas são as personificações da histeria que a sociedade insiste em categorizar as mulheres. Graças ao universo, os dramas atuais trazem personagens que quebram realmente esses paradigmas (deixarei umas dicas). Voltando aos clichês, alguns deles são: sempre vai rolar alguma cena para a garota tropeçar e o cara pegá-la nos braços; um beijo em que alguém esteja surpreso e de olhos abertos; o casal de alguma forma se conhecer desde a infância – o que explicaria a sucessão de eventos conspirando para que fiquem juntos; um assistindo o outro dormindo; se uma das pessoas for rica, a outra não vai se interessar pelo dinheiro dela, mas de alguma forma vão acabar morando juntas; vai ter alguém que será popular na escola, com maior frequência é o rapaz, que vai ser inteligente além do normal e considerado a pessoa mais bonita do colégio; na maioria dos doramas uma pessoa com certeza vai ficar na friendzone; sempre tem uma cena em que as pessoas envolvidas se cruzam em algum espaço – escola, trabalho, rua – em câmera lenta, e nem precisa ser casal, às vezes são rivais; e, em praticamente TODOS que já vi, em algum ponto, algum garoto vai carregar uma garota nas costas, quase sempre ela está bêbada ou machucada, em poucos acontece o inverso (de ser a garota carregando).
    Bom, para encerrar esse post com muito amor, seguem as sinopses de dois dos meus doramas favoritos como dica para quem quer fugir das histórias tradicionais.

    Strong Woman Do Bong Soon (você encontra na Netflix): uma mulher com superforça hereditária que é contratada por um CEO de uma empresa de games para ser guarda-costas e ajudá-lo a pegar quem está ameaçando sua vida. Nesse meio tempo, policiais (incluindo o interesse romântico da nossa protagonista, que, pasmem, não é o CEO) estão tentando resolver um caso de um psicopata que tem sequestrado mulheres em Seul. É um dorama de comédia, ação, suspense e, claro, romance.

    Ms Hammurabi: uma mulher começa em seu novo emprego de juíza auxiliar juntamente com um homem que havia estudado com ela no colegial. Ele, um cara sério e metódico, comprometido com o seguimento de regras, que odeia pessoas. Ela, uma mulher que adora fugir do óbvio, não tem medo de causar desconforto enquanto luta pelo que acredita, e, claro, feminista. A interação entre eles num meio onde a realidade é apresentada sempre de forma dura, com os mais diferentes casos, é muito interessante e de um crescimento maravilhoso. O desenvolvimento dos personagens secundários é maravilhoso também. É um dorama mais sério e dramático, com algumas histórias baseadas em casos reais.

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