Oi,
Lunáticas e Lunáticos (melhor fandom), meu nome é Brena e eu sou
uma das convidadas de Lu para assumir o blog durante esse mês de
takeovers. Seguindo o modelo de Gabu em seu primeiro post, vou me
apresentar (bem estilo grupo de facebook em 2013): sou feminista,
estou no décimo semestre do curso de Psicologia, trabalho numa
lojinha de produtos nerd e nas horas vagas sou cosplayer
(@pokebehcosplay), otaku, kpoper e dorameira.
Surpreendentemente,
só tem uns 4 anos que esses passatempos proporcionados pela Ásia
fazem parte de minha vida, então sou bem iniciante no assunto. Vim
hoje compartilhar com vocês um pouco do meu amor do momento:
doramas, que nada mais são do que séries/dramas asiáticos
(coreanas, japonesas, tailandesas, chinesas, etc).
Minha
experiência se resume aos japoneses (maior familiaridade com o
idioma por causa dos animes) e coreanos (minha paixão por kpop
influencia bastante), e, dela eu tirei algumas coisas básicas que
vocês precisam saber.
1- Gêneros
As pessoas normalmente têm uma opinião formada sobre doramas.
Geralmente quem se interessa por cultura asiática já tentou ver
algum e acabou formando uma opinião sem dar uma nova chance, e o
motivo é quase sempre o mesmo: “é muito meloso, romântico demais
pro meu gosto”. Bom, mal sabem essas pessoas que, apesar de
realmente ter a intenção de mostrar uma história de amor, doramas
podem tratar de vários assuntos e apresentar diversos gêneros.
Desde romance colegial e comédia romântica (clichezão), até ação,
suspense, fantasia, a boa e velha novela das 18hs: tema de época,
etc.
2 - Cultura
Minha lista de doramas incluem mais obras coreanas. Meu encanto pelos
doramas japoneses foi se perdendo por causa da extrema
tradicionalidade apresentada. Tenho amigos se aventuram pelos
chineses e dizem gostar muito da forma como os personagens
secundários são melhor explorados. Quanto à Tailândia, é onde
mais temos doramas voltados para o público LGBT – e, sim, minha
gente, com BEIJO e cenas de sexo – caso vocês tenham o mínimo de
conhecimento sobre cultura asiática, devem ter noção de que são
países muito tradicionais, onde machismo e homofobia são
extremamente presentes. Mas, voltando nossa atenção para os
k-dramas: existem sim os que vão mostrar uma história de amor
clichê, mas é possível encontrar aqueles que vão abordar a vida
real na Coreia, com todas as limitações que a cultura impõe e com
todos os avanços que o alto desenvolvimento proporciona. Então é
uma boa chance de notar como as coisas funcionam do lado de lá.
3 - Atuação
Muita gente critica também a atuação dos asiáticos. Essas pessoas
talvez estejam acostumadas com alguns filmes que se tornaram famosos
em que tudo parece muito robotizado e as coisas fazem pouco sentido.
Apenas parem. Conforme conhecemos novas séries, compreendemos que a
forma dos personagens se comportar é um reflexo cultural e nos
acostumamos com expressões diferentes das nossas. Quanto mais
assistimos, mais enxergamos o bom trabalho que fazem. Claro que nós,
que estamos acostumados com aqueles beijos desentupidores de pia,
vamos estranhar bastante a maioria dessas cenas. Vamos passar muita
raiva também com algumas diferenças drásticas entre mulheres e
homens, mas vamos morrer de amores também com algumas fofuras que só
encontramos em doramas.
4- Clichês
Finalmente, uma coisa que vocês precisam saber são os clichês, que
vão acontecer na maioria dos doramas, nas interações entre os
casais. Os que mais me fazem passar raiva são as protagonistas
sonsas. A Ásia parece adorar uma guria que vai ser diferentona das
outras gurias sendo forte e determinada, mas que, NA VERDADE, se
torna uma bobona quando se trata de amor. Algumas são as
personificações da histeria que a sociedade insiste em categorizar
as mulheres. Graças ao universo, os dramas atuais trazem personagens
que quebram realmente esses paradigmas (deixarei umas dicas).
Voltando aos clichês, alguns deles são: sempre vai rolar alguma
cena para a garota tropeçar e o cara pegá-la nos braços; um beijo
em que alguém esteja surpreso e de olhos abertos; o casal de alguma
forma se conhecer desde a infância – o que explicaria a sucessão
de eventos conspirando para que fiquem juntos; um assistindo o outro
dormindo; se uma das pessoas for rica, a outra não vai se interessar
pelo dinheiro dela, mas de alguma forma vão acabar morando juntas;
vai ter alguém que será popular na escola, com maior frequência é
o rapaz, que vai ser inteligente além do normal e considerado a
pessoa mais bonita do colégio; na maioria dos doramas uma pessoa com
certeza vai ficar na friendzone; sempre tem uma cena em que as
pessoas envolvidas se cruzam em algum espaço – escola, trabalho,
rua – em câmera lenta, e nem precisa ser casal, às vezes são
rivais; e, em praticamente TODOS que já vi, em algum ponto, algum
garoto vai carregar uma garota nas costas, quase sempre ela está
bêbada ou machucada, em poucos acontece o inverso (de ser a garota
carregando).
Bom, para encerrar esse post com muito amor, seguem as sinopses de
dois dos meus doramas favoritos como dica para quem quer fugir das
histórias tradicionais.
Strong Woman Do Bong Soon (você encontra na Netflix): uma
mulher com superforça hereditária que é contratada por um CEO de
uma empresa de games para ser guarda-costas e ajudá-lo a pegar quem
está ameaçando sua vida. Nesse meio tempo, policiais (incluindo o
interesse romântico da nossa protagonista, que, pasmem, não é o
CEO) estão tentando resolver um caso de um psicopata que tem
sequestrado mulheres em Seul. É um dorama de comédia, ação,
suspense e, claro, romance.
Ms Hammurabi: uma mulher começa em seu novo emprego de juíza
auxiliar juntamente com um homem que havia estudado com ela no
colegial. Ele, um cara sério e metódico, comprometido com o
seguimento de regras, que odeia pessoas. Ela, uma mulher que adora
fugir do óbvio, não tem medo de causar desconforto enquanto luta
pelo que acredita, e, claro, feminista. A interação entre eles num
meio onde a realidade é apresentada sempre de forma dura, com os
mais diferentes casos, é muito interessante e de um crescimento
maravilhoso. O desenvolvimento dos personagens secundários é
maravilhoso também. É um dorama mais sério e dramático, com
algumas histórias baseadas em casos reais.
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